A paixão é mais forte que tudo, muitas vezes a impressão que eu tenho é de que entrei nesse ramo para gastar dinheiro, e não necessariamente para ganhar. A arte exige sempre mais de mim e para agradar aos meus olhos estou frequentemente buscando descobrir técnicas associadas à diversidade de equipamentos disponíveis no mercado. Tenho certeza de que é necessário buscar continuamente tais conhecimentos para saber o que usar e como usar, distinguir os recursos para satisfazer a busca de um olhar mais apurado e criativo.
Vejo que existem muitas limitações na web sobre assuntos técnicos e detalhes de equipamentos traduzidos para o português. Da mesma forma, acompanho alguns blogs e comunidades do meio fotográfico e as dificuldades surgem porque queremos sempre mais e as informações na maioria das vezes não tem aprofundamento. Assim surgiu o desejo de compartilhar um pouco do que eu sei e tenho buscado conhecer ao longo do tempo.
Nesse artigo vou falar das características técnicas e as minhas opiniões pessoais das lentes 50 milímetros, que aqui apelidei de ”50tinhas” com todo carinho por este range tão agradável de fotografar, e que, podemos dizer, fundamental para qualquer tipo de retrato. Estarei baseando-me nos modelos oferecidos atualmente no lineup da Canon. São elas: EF-50mm f/1.2L USM, EF-50mm f/1.4 USM e a EF-50mm f/1.8 II. Vou comentar também as vantagens e desvantagens de cada um desses modelos, e de um modo geral pra quem elas são destinadas.
1. Utilizando uma lente 50mm em diferentes corpos
Primeiramente, cabe lembrar a diferença entre usar uma lente fixa num corpo full frame (um sensor de 36x24mm) e num corpo com sensor crop (sensor APS-C de 22,3 x 14,9mm, que é reduzido à equivalência de fator 1,6x). Em uma lente zoom, poderia o fotógrafo ajustar o quadro para compensar a perda do tamanho provocada pela proporção de tamanho do sensor. As lentes primes exigem muito mais criatividade e movimentação, uma vez que está estabelecida a medida do quadro a ser capturado.
Na Canon 5D Mark III, por exemplo, uma lente 50mm proporciona a dimensão real do quadro cheio a essa distância focal. Para a Canon 7D e todos os modelos de corpos compactos que tem o sensor reduzido, tal objetiva proporciona as características angulares e dimensionais de 80mm (fator: 50mm x 1,6), o que vai deixar o usuário um pouco apertado em relação ao espaço físico se as condições da fotografia não forem controladas. Em termos práticos, para alcançar o mesmo resultado do sensor full frame deverá sempre tomar mais espaço do motivo.
Segue abaixo uma representação gráfica da utilização da mesma lente em corpos com sensores diferentes. Observe que de uma mesma distância do objeto, o corpo que tem um sensor crop captura uma parte menor do motivo:
Fonte da imagem: John Greengo: Full Frame vs. Crop vs. Point & Shoot Sensors (disponível neste vídeo)
Contudo, cabe observar durante as especificações técnicas que as objetivas de 50mm perdem qualidade nas bordas e são recheadas de vinhetas (que são nada mais que o escurecimento de fora para dentro da fotografia em formato circular acompanhando a circunferência da lente). Sendo assim, a utilização nos corpos crop estaria reduzindo essas características “indesejadas” e de certa forma concentrando a fotografia na parte que a lente oferece mais qualidade, que é a área central. Em outras palavras, a parte de qualidade superior da objetiva estaria sendo otimizada, isso não há dúvida alguma.
Se você ainda não pensa nisso tudo, é hora de começar a observar os detalhes. Se trabalha ou pretende atuar profissionalmente como fotógrafo deve conhecer a fundo os equipamentos e as limitações para atuar com categoria em cada situação. Então, logo de primeira observe que há vantagens e desvantagens em relação aos corpos. De maneira geral, em full frame eu tenho um quadro maior com o aproveitamento de todo o “vidro” da lente. As vinhetas e a redução de qualidade em diversas situações podem provocar um “charme“ natural no retrato, dispensando inclusive horas de pós-produção e edição, as quais muitos profissionais se dedicam.
Uma lente 50mm é pra se pensar um retrato com pouca edição. Essa é uma opinião pessoal. Se você deseja um equipamento de fácil utilização e que proporcione resultados imediatos, extremamente agradáveis aos olhos, uma forte indicação seria uma lente 50mm, independente do corpo em que será acoplada.
2. EF-50mm f/1.2L USM: características gerais
É indiscutível a qualidade de produto, o design, a “pegada” profissional e todas as características técnicas das lentes série “L” da Canon. Não podemos comparar a ponto de tentar nivelar com equipamentos standard. Não estou diminuindo as séries básicas ou semi-profissionais, contudo, temos que quebrar de imediato a mania de procurar aproximar os equipamentos em termos de qualidade geral. A 50mm da série “L” custa quatro vezes mais que a 50mm intermediária. Isso sugere no mínimo, como veremos a seguir, quantidade e qualidade de elementos óticos superiores, qualidade de construção, proteção contra o tempo e um anel de focagem com precisão profissional.
Essa lente foi lançada em 2007, tornando-se a sucessora do modelo EF 50mm f/1.0 USM L que foi descontinuado. É uma lente de alto custo, atualmente comercializada por cerca de 1.600,00 (Mil e seiscentos) dólares. Como falei, chega a um custo muito superior à da sua irmã do meio que veremos a seguir. Contudo, com todas as vantagens correspondentes ao valor. As aplicações típicas para esta abertura são retrato e ambientes em geral com pouca luz. É preciso ter bastante cuidado com aberturas extremas como a dessa lente. Na utilização durante um dia ensolarado não cabe tal configuração. É necessário muito bom senso até mesmo para evitar aberrações cromáticas.
Segue abaixo uma imagem do produto:
Fonte da imagem: http://www.the-digital-picture.com
Essa objetiva foi desenvolvida com uma construção ótica que conta com 8 elementos em 6 grupos e inclui 1 elemento esférico. Esse elemento esférico, proporciona a redução das distorções, principalmente nas bordas do retrato. Observe que os outros modelos não tem esse elemento. O diafragma tem 8 lâminas de abertura circular e a distância mínima de foco é 0,45mm.
É fundamental destacar que o ângulo de visão diagonal é de 46º, e que essa objetiva pesa cerca de 590 gramas. Os filtros utilizados são de 72mm e na caixa do fabricante, contém a sacolinha de couro (pouch) para guarda e conservação do equipamento e o parassol original ES-78, coisas que as séries básicas não acompanham.
Como seria de esperar de uma lente Canon série L, a 50mm f/1.2 tem uma ótima qualidade de construção. Ela conta com a vedação contra poeira e umidade (weather-resistant), e o anel de foco é muito bom, rápido, silencioso e confortável de se usar. (Com relação ao modelo mais barato este é um ponto de grande discussão, pois o anel de foto da EF-50mm f/1.8 é mal posicionado e pouco preciso).
A precisão de AF (Auto-Focus) geralmente funciona bem. Contudo, é conveniente que o usuário adapte-se aos poucos com o foco manual e crie verdadeiramente este hábito, o que certamente proporciona maior precisão em grandes aberturas. Um ponto forte para a utilização da focagem manual é o fato de não ser uma lente zoom. Uma vez que você está se movimentando mais, perdeu a função de zoom, vai precisar de uma focagem mais rápida para disparar as fotografias com mais precisão. Isso é uma questão de treino obrigatório para lentes prime, principalmente nessa faixa de range.
Outro ponto importante de abordagem é que e o elemento frontal avança para fora e não gira durante a focagem. Isso é interessante, principalmente durante a utilização, proporciona conforto e uma sensação maior de controle. Os outros modelos empurram o elemento frontal muito pouco pra fora da extremidade da objetiva. Não seria um fator predominante positivo, mas com certeza é uma característica profissional.
2.1 Características técnicas do equipamento
A EF 50mm f/1.2 USM L mostra um grau moderado de distorções (~1,5%), que pode ser visível em situações críticas, contudo facilmente ajustado via software.
Como falei anteriormente, as vinhetas são um tema delicado para as lentes com grande abertura principalmente quando usada em câmeras com sensor full frame. É interessante e torna-se um elemento artístico a mais, dependendo do trabalho. Contudo, na utilização deste equipamento não é opcional, obrigatoriamente as vinhetas estarão presentes no retrato. Nas aberturas entre f/1.2 e f/2 as vinhetas podem incomodar e inclusive atrapalhar. A situação melhora somente a partir de f/2, e somente em f/2.8 torna-se aceitável para qualquer tipo de trabalho. Aqui vai do gosto de cada um, e a aplicação no trabalho. Certamente para quem trabalha em casamentos, ou mesmo com book’s e fotojornalismo, seria muito interessante e traria esse toque “artístico” ao trabalho, sem contar que a grande abertura proporciona facilidade de desfoque de planos.
Tecnicamente, essa lente é delicada no que diz respeito à sua característica de resolução. Há inúmeras críticas entre os fotógrafos sobre esse equipamento. Em relação principalmente à perda de qualidade e ao foco. Como falei antes, é um equipamento que deveria ser utilizado com a focagem manual. A resolução centro é muito boa mesmo em f/1.2, mas a qualidade nas bordas é muito pobre até pelo menos f/2. Em f/2.8 a qualidade centro torna-se excelente. Contudo, somente em f/5.6 que o desempenho máximo é alcançado.
Aqui, a maior vantagem para usuários que tem câmeras com sensor crop: como falei anteriormente a maior qualidade da nitidez da lente é bem dentro do círculo de imagem do sensor APS-C. Um pouco das “indesejáveis” vinhetas também seriam reduzidas uma vez que o motivo principal do retrato estaria dentro desses limites.
O gráfico abaixo mostra em larguras de linhas por altura da imagem (PV/PH, que é a melhor forma de mensurar a qualidade de nitidez ou resolução de imagem de uma objetiva):
Fonte: http://www.photozone.de
A EF 50mm f/1.2 USM L é bastante propensa a aberrações cromáticas laterais, que são aquelas sombras de cores em situações de mudança de contraste um pouco duras. Por esse motivo eu falei anteriormente do bom senso ao utilizar esse tipo de equipamento em locais com muita luz. É necessário muito cuidado na utilização dela em grandes aberturas. Não é usual e torna-se um erro aberturas grandes em situações de muita luz, o que provocaria certamente um nível maior de aberrações cromáticas.
O bokeh (borrão na área fora de foco) é um aspecto evidente de uma lente com grande abertura. Essa lente tem uma característica bastante mista. A desfocagem é muito cremosa, porém tende a ficar um pouco mais dissipada na zona de transição (imagine três círculos, um dentro do outro na área circular do vidro da objetiva), bem como nos cantos extremos.
2.2 Avaliação do equipamento
É complicado falar mal de um equipamento da série L. Contudo, temos que observar as limitações de qualidade, uma vez que a 50mm f/1.2 é um equipamento caro. Para se usar numa câmera full frame eu sinceramente pensaria se o meu trabalho seria favorecido com as vinhetas e se eu poderia perder tempo com as correções de distorções e aberrações cromáticas quando possível. Já em uma câmera com sensor APS-C seria uma excelente escolha, apesar do aperto de equivalência de transformar a lente em uma 80mm. Contudo é excelente para retratos e certamente entregará ótimos resultados.
Se você é profissional e trabalha com versões finais de impressão em alta qualidade, essa objetiva é fortemente indicada pra você. Ela é muito superior nesse quesito em comparação com as irmãs menores.
De uma forma geral, depende muito do orçamento do interessado optar por este equipamento. É a maior abertura oferecida pela Canon atualmente, e somente a 85mm f/1.2 tem essa mesma abertura. Sim a qualidade é superior, é uma lente fortemente indicada para profissionais que desejam perfeição. São elementos diferenciados, uma construção que somente a série L tem e qualidade de imagem incomparável. Contudo, ela custa 3 vezes mais que a sua irmã do meio, a Canon 50mm f/1.4 que veremos na sequência. Mas compensa se você deseja essa qualidade de imagem superior e tem este valor em seu orçamento.
3. EF-50mm f/1.4 USM: características gerais
Não é um equipamento da série “L”, mas é um bom equipamento. A Canon EF 50mm f/1.4 USM foi introduzido em Junho de 1993. O preço dela fica em entre a EF 50mm f/1.2 USM L e “baratinha” EF 50mm f/1.8 II. Atualmente custa cerca de 400 (quatrocentos) dólares. Recebe ainda hoje o julgamento de uma lente tecnicamente ultrapassada, devido à abertura não circular do diafragma. No entanto, a lente proporciona resultados excelentes.
A qualidade de construção geral é muito boa com um mount (encaixe de montagem da lente no corpo) de metal e um exterior feito de um plástico de boa qualidade. A focagem manual é confortável com um anel largo de borracha e muito melhor que o anel da EF 50 milímetros f/1.8 II. O elemento frontal não gira e o tubo da lente interna se estende um pouco (cerca de 1 centímetro) durante a focagem. Como falei anteriormente, é muito pouco, não é um defeito a se considerar.
Essa objetiva conta com uma construção ótica de 7 elementos em 6 grupos e não tem elementos especiais. O diafragma tem 8 lâminas de abertura não circular e a distância mínima de foco é 0,45mm. O ângulo de visão diagonal é de 46º, pesa cerca de 290 gramas e os filtros utilizados são de 58mm. Outros itens como parassol devem ser adquiridos separadamente.
Em geral é uma lente para o consumidor e para profissionais. É realmente intermediária, tem qualidade de imagem e qualidade de construção, apesar da maior parte do corpo ser de plástico. Eu já presenciei inúmeros profissionais utilizando esse equipamento e depois o resultado incrível, contudo se você está trabalhando com o objetivo final de trabalhos impressos, aqui vai a primeira crítica. Para imagens de internet, não há o que se discutir em termos de qualidade. Dependendo do tamanho e formato de impressão é que você profissional, pode sofrer um pouco, pois esse equipamento não vai te entregar toda a qualidade necessária.
Segue abaixo foto da objetiva:
Fonte da fotografia: http://www.the-digital-picture.com
3.1 Características técnicas do equipamento
A EF 50mm f/1.4 mostra um grau baixo a moderado de distorções (~1,1%), que pode ser visível e facilmente ajustado via software.
Assim como na 50mm f/1.2, as vinhetas são um tema delicado para grandes aberturas principalmente quando usada em câmeras com sensor full frame. Nas aberturas entre f/1.4 e f/2 as vinhetas podem incomodar e inclusive atrapalhar, mas nem tanto como na irmã maior. A situação torna-se ótima em f/2.8, de qualquer modo, é um elemento artístico que associado ao bokeh oferece um charme ao retrato.
O desempenho do centro é muito bom em f/1.4, mas nas bordas podemos considerar apenas um bom nível e os cantos são suaves. O contraste também é um pouco reduzido, especialmente do centro para os cantos. A situação melhora um pouco quando parar até f/2 quando o centro é levado a um nível excelente e os cantos começam a ficar numa qualidade aceitável. Há um aumento da qualidade de imagem nos cantos da imagem em f/2.8 onde a região externa atinge números muito bons. O intervalo entre f/4 e f/8 representa o ponto suave da lente com uma resolução excelente centro e as bordas geralmente excelentes, incluindo os cantos. Abaixo está um resumo simplificado com o gráfico mostrando as larguras de linha por altura de imagem (PV / PH) que como falei anteriormente podem ser tomados como uma medida de nitidez:
Fonte: http://www.photozone.de
Aberrações cromáticas (sombras de cores em contraste transições duras) são muito baixas e não há nada para se preocupar, desde que você esteja utilizando as aberturas grandes nas horas certas, ou seja, em condições de pouca luz.
O bokeh tem destaque por sofrer um pouco dos efeitos vinhetas em f/1.4 de maneira que a forma se deteriora como um “olho de gato” em direção aos cantos. Esse delineamento é mais aceitável e fica melhor em f/2 e acaba em f/2.8. No entanto, a partir de f/2.8 os destaques não são mais circulares (uma vez que a abertura não é circular). É uma lente que entrega muita qualidade principalmente para o primeiro plano do retrato e razoável em direção ao fundo do retrato.
3.2 Avaliação do equipamento
A Canon EF 50mm f/1.4 USM é uma escolha muito popular entre os usuários da Canon, quando se trata de escolher uma lente 50mm padrão. Ele oferece, provavelmente, o melhor entre a relação “custo X benefício”.
Não é uma lente perfeita, temos os mesmos problemas de nitidez em corpos full frame e o nível de contraste é um pouco inferior em f/1.4 em relação à irmã maior f/1.2 L. No entanto, os resultados são melhores em f/2, na medida em que fechamos a abertura do diafragma. O bokeh é muito aceitável, cremoso, mas não tanto quanto em qualidade como a 50mm f/1.2. A qualidade de construção tem um nível razoável e um passo adiante a partir da 50 milímetros EF f/1.8 II. É silenciosa e o Auto-Foco funciona de maneira muito rápida.
Essa lente é altamente recomendada para quem deseja o range 50mm e não tem o orçamento para comprar a f/1.2 L. Repare no review da f/1.8 II que vou colocar algumas amostras de fotografias que eu fiz. Tente imaginar que a escolha pela f/1.4 ou f/1.2 é sempre ganho de qualidade e de profissionalismo em seu trabalho.
4. EF-50mm f/1.8 II USM: características gerais
A EF 50mm f/1.8 II substituiu a antiga EF 50mm f/1.8 em 1991. A Canon EF 50mm f/1.8 II é a lente mais acessível do line-up da Canon. Pesa apenas 130g é uma lente muito leve e compacta. A qualidade de construção deixa a desejar, pois é completamente de plástico. Isso tudo justifica o seu preço. Por isso ganhou o apelido de “plastic fantastic”. A lente utiliza um sistema de extensão linear de focagem (semelhante ao tubo de extensão) para o comprimento físico das mudanças de lente ligeiramente de acordo com a distância de focagem. O elemento frontal não gira durante a focagem, porém sai para fora como a 50mm f/1.4.
Essa lente podemos considerar como item básico pra quem está começando e só tem a lente do kit, ou ainda não tem um orçamento que favoreça a aquisição de uma das superiores. Ela permite diversificar os retratos, de maneira criativa, com uma boa luminosidade. Contudo, creio que o seu maior defeito seja a focagem, que muitas vezes engana o usuário, pela falta de precisão do anel externo. Como vimos não é aconselhável a utilização de auto-foco, e com esse equipamento o fotografo profissional ou de nível avançado pode comprometer o trabalho se não tiver habilidades para lidar com a focagem manual.
Segue abaixo uma foto do equipamento:
Fonte da fotografia: http://www.the-digital-picture.com
Como falei anteriormente o foco manual não é muito conveniente, pois o anel de foco deixa muito a desejar. É estreito, de plástico e não gira de maneira que um profissional consiga trabalhar adequadamente com precisão e agilidade sem perder a qualidade. É muito fácil perder o foco do motivo utilizando uma lente dessas. De qualquer forma, o foco automático é razoável, mas mesmo assim, utilizando técnicas de focagem e recomposição do motivo, é ainda fácil perder o foco.
A construção ótica dessa lente conta com 6 elementos em 5 grupos e não conta com nenhum elemento especial. São 5 lâminas de abertura não circular e a distância mínima de foco é 0,45mm. O ângulo de visão diagonal é de 46º, pesa cerca de 130 gramas e os filtros utilizados são de 52mm. Itens como parassol devem ser adquiridos separadamente.
4.1 Características técnicas do equipamento
Assim como a EF 50mm f/1.4, a lente 50mm f/1.8 II mostra um grau baixo a moderado de distorções (~1,2%), que pode ser visível e facilmente ajustado via software.
As vinhetas, como as duas irmãs tornam-se típicas para lentes full frame, quando utilizado na abertura máxima. A menos que o usuário queira esse efeito, será necessário compensá-lo esta quer através de um ajuste de câmera ou de pós-processamento. A situação fica muito melhor em f/2.8 mas somente em f/4 a vinheta não é mais visível.
O desempenho do centro é muito aceitável em f/1.8 enquanto que as bordas são relativamente boas. Há também uma falta de contraste com esta abertura. A qualidade aumenta continuamente para as configurações de abertura médias. A lente atinge níveis muito bons quando em f/4 e a qualidade é excelente em f/5.6. Em f/8 já há uma diminuição de qualidade devido aos efeitos de difração.
Abaixo está um resumo simplificado das conclusões formais. O gráfico mostra em larguras de linhas por altura da imagem (PV / PH) que podem ser tomadas como uma medida de nitidez:
Fonte: http://www.photozone.de
Aberrações cromáticas são perceptíveis nas laterais, mas geralmente muito bem controladas. A qualidade do bokeh, é infelizmente, uma grande fraqueza dessa lente. Não é tão cremoso quanto das suas irmãs, mas pode ser uma boa experiência para quem está com o orçamento curto e precisa de um equipamento diferenciado. Um dos principais problemas é a forma da abertura não circular.
4.2 Avaliação do equipamento
A Canon EF 50mm f/1.8 II pode até ser uma lente “baratinha”, mas é, sem dúvida, um equipamento capaz. Ela compartilha suas características com a maioria das outras lentes 50mm, e em configurações de abertura médio é difícil de bater com relação a resolução. Distorções e vinheta são problemas significativo em f/1.8 e até mesmo em f/2.8, mas que o usuário tem que se acostumar em full frame. Uma fraqueza mais significativa dessa lente é o bokeh que pode estragar a intenção do fotografo em algumas situações de profundidade de campo. Pelo preço de aproximadamente 130,00 dólares, é uma excelente escolha.
5 Conclusão
Na minha opinião, as lentes podem ser comparadas a carros. Imagine que a 50mm que tem o custo mais acessível seja comparada a um automóvel popular, semelhante a um VW Gol ou um Ford K. Imagine também que a intermediária pode ser comparada a um automóvel de custo médio, como por exemplo um VW Golf ou um Ford Focus. Agora pense na lente mais cara como se ela fosse um VW Jetta ou um Ford Fusion.
Agora imagine que você fará uma viagem de 500km de distância. Todos os veículos citados acima, considerando que estejam em dia com as revisões, levarão da mesma forma no lugar de destino. Da mesma forma entre aspas!
Sim, você vai chegar. Porém, normalmente veículos populares, com motor 1.0 não tem ar condicionado nem o conforto de carros mais luxuosos. Em se tratando de segurança, são menos confiáveis e talvez até te levem a fazer uma viagem mais cuidadosa em termos de velocidade e entradas de curvas, e até mesmo em ultrapassagens. Na medida em que vamos pensando em carros melhores, todos esses quesitos melhoram evidentemente.
Assim, é fácil falar que o que custa mais caro vai te proporcionar segurança, velocidade, conforto e de forma geral uma qualidade maior de viagem. O mesmo acontece com as lentes, caberá somente a você escolher, de acordo com o seu orçamento.
6. Amostras com a Canon EF 50mm f/1.8 II
Estou fazendo questão de postar as fotografias abaixo, como formas de amostra do potencial de uma lente com esse range. Propositalmente, todas elas foram feitas com uma Canon 50mm f/1.8 II numa câmera Canon 5D MarkII. Algumas são profissionais outras são meramente parte de viagens que fiz. Espero que tenham gostado do post. Aguardo comentários e dúvidas a respeito.
Você pode conhecer um pouco mais do meu trabalho através do endereço: www.christianpereira.com
Respostas de 8
Meu caro, ótimo post, sou professor da Escola de imagem e já compartilhei com meus queridos alunos. Muito esclarecedor, objetivo, técnico e consciente em sua informações.
Parabéns
Well Brito, obrigado pelo comentário! Espero que todos os seus alunos possam conhecer um pouco mais os equipamentos e possamos trocar experiências com isso! Abraço, Christian.
Excelente o artigo!
Muito esclarecedor… tenho a 1.4 e estava intrigada com a falta de definição das minhas imagens… não encontrava nada falando sobre!
Apenas, constatava e imaginava ser um problema meu, da máquina ou da lente rsss…. pois ninguém visualizava da mesma forma que eu..
Eis que… vc deu um banho!
Muito obrigada, amei, vamos ver como me sairei com essas dicas, afinal, acho que mesmo com essas questões essa é uma excelente escolha!
Valew!!
Bjs, Sabrina
Sabrina Vasconcelos,
Fico feliz que tenha gostado do artigo! A idéia é realmente compartilhar um pouco de conhecimentos e dados técnicos. Se tiver alguma dúvida, estamos aí!
Abraço, Christian.
Muito legal seu artigo Christian! Opinião de qualidade nunca é demais. Vou salvar nos meus artigos preferidos.
Abração
Tato Mota, grande profissional de BH! É muito gratificante receber um comentário seu, obrigado.
Chistian, muito bom seu post, essa semana chegou a minha 50mm 1.8 CANON, estou explorando.. Mas lhe digo também que estou satisfeito, agora estou curioso para apreciar as fotos de paisagens.. Abraços.
Marcos, espero que o artigo tenha ajudado na sua escolha. Com certeza a sua 50tinha vai te proporcionar ótimas fotos, não tenho dúvida alguma! Agora é só usar a sua criatividade! Se puder ajudar em alguma coisa me escreva, estou sempre por aqui. Abraço.