Me chamo Daniel Moreira e quero compartilhar com você minha experiência sobre flashes fora da câmera, pois já penei muito até achar o melhor sistema para mim e com isso adquiri alguma experiência que certamente irá te ajudar. Não vou entrar em detalhes sobre essa saga, mas sim te ajudar a entender as funcionalidades presentes em flashes, rádio flashes e em como esses dois “conversam” entre si, pois dessa forma você irá saber qual é o melhor sistema para você. Garanto que essa matéria vai te poupar muito, mas muito tempo em pesquisas Google afora.
É fato que existem muitos outros modelos de flashes e rádio flashes além dos que irei mencionar aqui, assim como de suportes para flash/sombrinhas, tripés de iluminação e difusores/modificadores de luz sobre o qual também irei falar, mas estes são os que no momento julgo serem os principais. Procurarei sempre atualizar essa lista conforme lançamentos ou descobertas, beleza?
Para se investir em um sistema de iluminação remota, é fundamental conhecer algumas coisas sobre flashes e rádio flashes. De outra forma você pode acabar gastando mais do que precisa ou simplesmente comprado um equipamento que não irá te atender, portanto, vamos lá:
Obs.: Ao ler essa matéria até o fim, com certeza saberá exatamente quais são os melhores equipamentos para você, portanto largue a preguiça de lado, ok? hehehe
Qualquer fotógrafo estudioso ou simplesmente curioso já se deparou com termos como “Strobist”, “flash remoto”, “flash fora da câmera”, “flash off camera” e sabe-se lá qual outro termo que indique que o flash será disparado em outra posição que não seja em cima da câmera.
O fato é que, para conseguir uma iluminação criativa e natural, é necessário disparar o(s) flash(es) remotamente, ou seja, fora câmera.
Flashes de estúdio, também conhecidos como “tochas”, fazem isso a anos usando uma fotocélula (falarei um pouco sobre o que é a fotocélula mais abaixo), e atualmente também com rádio flashes, mas acontece que nem todo mundo pode ou quer usar flashes de estúdio, pois quando se quer usar esse tipo de equipamento fora do estúdio, é necessário que existam tomadas na locação onde irá fotografar e, caso não se tenha, é necessário carregar pelo menos uma bateria tipo de motocicleta, só que mais pesada. Sem falar que o próprio flash de estúdio é pesado e grande.
A solução para esse problema de peso e volume, é usar flashes dedicados tipo speedlite, pois são pequenos, leves, potentes e funcionam opcionalmente com 4 pilhas AA recarregáveis ou alcalinas, que também são leves. O problema ao se fazer essa escolha, é que existem atualmente muitas opções disponíveis para compra e, por vezes, dá até dor de cabeça só de pensar em ter que pesquisar cada opção para ver se ela irá ser a mais adequada para sua necessidade. Além dos flashes, irei também falar dos rádio flashes, que são indispensáveis para quem quer fotografar em qualquer situação sem falhas ou limitações.
Nesse artigo vou te mostrar alguns dos principais flashes dedicados e rádio flashes atualmente no mercado, e te direi algumas coisas sobre eles, beleza?
Para facilitar as coisas, vou aos poucos citando o Rádio Flash pela sigla “RF”, beleza? Daí você vai se acostumando!
Falando de flashes originais Canon e Nikon, temos os seguintes principais modelos:
Obs.: Todos eles são completos, contado com HSS e TTL.
Canon
600 EX RT
Esse é um modelo topo de linha da marca, mas que já está com seus dias contados, pois está sendo substituído pelo 600 EX II RT, sobre o qual falarei a seguir. Ele conta com um número guia de 60 m (200 mm com ISO 100), e possui receptor rádio flash embutido, que é compatível com o transmissor original ST-E3-RT e com o Yongnuo YN-E3-RT. Vale ressaltar que esse modelo também possui um transmissor RF embutido que é capaz de controlar outro flash do mesmo modelo ou qualquer outro com a sigla RT. Você poderá configurar no próprio flash se quer que sua luz apareça na cena ou se ele somente irá comandar outros flashes , sem emitir qualquer luz. O controle dos outros flashes , como potência, modo de disparo, compensações, etc, poderá ser feito no próprio menu do flash no caso de decidir usá-lo como transmissor ou então no próprio transmissor, caso decida usar o ST-E3-RT ou o YN-E3-RT. Dessa forma, você não precisa ir até onde está o outro flash (ou outros) para regulá-los conforme necessite. O alcance desse sistema de comunicação é de 30 metros sem obstáculos, ao se usar outro flash da linha original Canon EX RT ou transmissor Canon ST-E3-RT.
O 600 EX RT conta com proteção contra poeira e respingos. Isso permite que você fotografe com tranquilidade em ambientes extremos. Ele não chega a ser a prova d’água, mas sim somente resistente à ela, portanto não vá mergulhar seu flash na piscina.
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600 EX II RT
Esse modelo tem todas as funções do seu irmão mais velho e a única novidade dele é que ele tem um melhor aproveitamento de energia e dissipação térmica mais eficiente. Isso faz com que o 600 EX II RT consiga fazer mais disparos contínuos em carga máxima quando usando pilhas AA recarregáveis Ni-MH / Li-ion, alcalinas ou com a bateria CP-E4N.
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430 EX III RT
Esse é um flash que traz todas as funcionalidade da série 600 EX, porém com um número guia menor (43 m (105 mm com ISO 100)). O 430 EX III RT é mais leve e compacto que os modelos da linha 600 EX, se tornando ideal para quem não precisa de um número guia tão alto e quer economizar dinheiro e espaço na mochila. Vale dizer que ele não tem proteção contra poeira e respingos.
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470 EX-AI
Esse flash traz como principal novidade a cabeça motorizada e automática. Com esse recurso você poderá por exemplo, usar o flash rebatido para cima com a câmera na horizontal, mas se você precisar usar a câmera na vertical, automaticamente a cabeça do 470 EX-AI gira afim de continuar apontando para cima, que é onde nesse exemplo, você está rebatendo o flash.
Uma outra novidade que apesar de não trazer grandes benefícios, é bem legal esteticamente falando, é a tela LCD totalmente refeita, sendo mais nítida, e, por isso, mostrando mais informações com grande facilidade de leitura. Ele conta com um número guia de 47 m (105 mm com ISO 100), sendo então um pouco mais poderoso do que o 430 EX III RT.
Na minha opinião, esse flash só é interessante para quem não trabalha com iluminação remota, pois sua principal novidade só traz benefícios para quem fotografa com o flash em cima da câmera. Além disso ele não traz transmissor ou receptor RF embutido, contando apenas com receptor óptico infravermelho (IR). Mais pra baixo falarei um pouco mais a respeito do IR.
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Nikon
SB-5000
Esse modelo está em pé de igualdade com a linha Canon 600EX em vários recursos, como por exemplo os controles sem fio e o número guia, que é de 34.5 m (35 mm com ISO 100). Eu sei, parece pouco, mas explicarei mais sobre isso logo abaixo quando falarei sobre o Nikon SB-700.
O SB-5000 conta com transmissor e receptor RF embutidos. Esse sistema se chama AWL e é compatível com o WR-A10, que é um adaptador remoto sem fio compatível com a Nikon D5 e D500 e ao controle remoto sem fio (transceptor) WR-R10 (requer a versão de firmware 3.0 ou posterior instalado na câmera). Infelizmente esse sistema de comunicação também possui alcance de apenas 30 metros, segundo o fabricante. É meio complicadinho de se entender, mas na prática é fácil. O problema disso tudo, é a restrição de compatibilidade e o preço, pois é um flash caro e que precisa de adaptadores caros para funcionar apenas em câmeras caras. Mas não se preocupe, pois vou ainda falar sobre os Rádios Flashes da Yongnuo, que por vários motivos vão ganhar seu coração!
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SB-500
Esse é um carinha bastante simples, mas que supre as necessidades da esmagadora maioria dos fotógrafos que exigem um produto original mas que não querem investir muito. O SB-500 conta com número guia de 24 m (24 mm com ISO 100) e traz como novidade, uma iluminação contínua fornecida por três LED’s de alta luminosidade e com três controles de intensidade para quem precisa filmar além de fotografar. Uma desvantagem dele é que não possui cabeça com zoom, contando apenas com a cobertura padrão de 24 mm para sensores no formato FX e de 16 mm para sensores no formato DX.
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SB-700
Esse flash já está em produção a vários anos e continua sendo uma escolha espetacular para quem precisa de um flash confiável e muito resistente. Lembra que lá em cima eu fique de falar sobre os números guia pequenos da Nikon? Pois bem, o número guia do SB-700 é 28 m (35 mm com ISO 100), mas não se assuste: Perceba que ele é medido em 35mm. Quanto mais concentrada for a luz, ou seja, quanto maior for a “distância focal” da cabeça do flash, maior será o número guia. Esse flash tem um zoom máximo de 120mm e se o número guia fosse medido com esse zoom, ele certamente seria igual ou um pouco superior ao seu concorrente direto da Canon, que são os flashes da linha 430 EX, com número guia de 43 m (105 mm com ISO 100). Reparou que os 430 EX foram medidos com zoom de 105mm? Pois é, no fim das contas dá praticamente a mesma coisa.
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Achou que as opções acima são muito caras para o seu bolso?
Se você prefere ou só pode pagar por um flash de marca paralela, uma boa opção são os equipamentos da Marca Yongnuo. Essa empresa Chinesa produz “clones” dos principais flashes da Canon, porém quase todos também com versão para Nikon.
Além desses “clones”, eles possuem alguns modelos próprios.
No geral posso dizer que são flashes muito bons. Tenho um Yongnuo YN 565 EX II desde 2014 e, até hoje, mesmo depois de muito uso e muitas quedas, está perfeitamente funcional e fisicamente inteiro, assim como o outro flash que tenho e uso desde 2012, que é o Canon 430 EX II que já saiu de linha e foi substituído pelo 430 EX III RT .
O legal dos modelos sobre o qual falarei abaixo, é que além de receptor óptico (IR) (já disse que falarei sobre IR mais abaixo, portanto, calma e continue a leitura… ), todos trazem também uma fotocélula embutida. Isso é bom pois se, por exemplo, estiver fotografando em um local fechado e disparar apenas um flash, mesmo que seja o popup da câmera, todos os flashes que estiverem com a fotocélula ativada irão disparar, pois a fotocélula “enxerga” o flash e instantaneamente entende que deve disparar também. Costumo usar esse recurso quando estou usando softbox ou octobox e preciso de luz extra em uma cena. Daí coloco dois ou mais flashes dentro do modificador de luz com o auxílio de um suporte para flash triplo e uso o rádio flash em apenas um deles. Estando os outros com a fotocélula ativa, vão disparar ao mesmo tempo e me darão a luz que preciso sem que haja a necessidade de um receptor RF em cada flash.
-Ah, mas será que dá pra confiar na Yongnuo? Será que meu flash não vai parar de funcionar do nada?
Olha, qualquer equipamento eletrônico pode parar de funcionar de uma hora pra outra. Porém, é claro, o controle de qualidade dos flashes originais é melhor que o dos flashes de marca paralela, isso é fato. Devido a isso é mais comum que os flashes paralelos apresentem problemas quando comparados aos originais. Minha sugestão é a seguinte:
Como um flash Yongnuo custa metade do valor de um original, compre dois! Dessa forma você terá duas vantagens:
- Irá ter um flash de backup
- Irá ter dois flashes e com isso poderá criar iluminações muito mais criativas
Importante:
Se você fotografa casamentos, por exemplo, não tenha somente um flash. Nunca! Pois se ele queimar, estará com sérios problemas. Lembre-se que em se tratando de câmera, flash e backup, quem tem dois tem um e que tem um, não tem nenhum.
Mas se quer arriscar a trabalhar com um flash só, que seja com um original, pois a chance de dar problema é menor.
Bom, mas vamos lá: Eis alguns dos principais flashes da Yongnuo:
Yongnuo
YN 568 EX II (para Canon) e YN 568 EX (para Nikon)
Quem fotografa a mais de 8 anos certamente se lembra do antecessor do Canon 600 EX, que era o 580 EX. Pois bem, o YN 568 EX é exatamente igual. Ele conta com HSS, TTL, receptor e transmissor óptico, modo multi, número guia 58 m (105 mm com ISO 100) e mais um monte de coisa. Sem dúvidas é uma opção muito boa e com um excelente preço. Ressalto aqui que além de tudo, ele conta com fotocélula também!
Como podem ver, existem os modelos para Canon e Para Nikon. A distinção que a marca escolheu, foi:
Para Canon, terá o “II” e para Nikon, não. Hehehe… A mesma coisa acontece com outros modelos, como o YN 565 EX, sobre o qual falarei abaixo.
Saiba mais sobre ele clicando aqui!
YN 565 EX II (para Canon) e YN 565 EX (para Nikon)
Esse modelo é quase igual ao YN 568 EX. A única diferença entre o YN 565 EX II ou YN 565 EX, é que ele não conta com HSS.
Você provavelmente está se perguntando:
– Que diabos é isso de HSS?
Então eu explico:
HSS é uma sigla que significa High Speed Sync. Isso quer dizer que o flash tem a capacidade de sincronizar com velocidades de obturação mais altas do que a velocidade limite da câmera, que varia de 1/180 até 1/320 dependendo do modelo da câmera. Até nessas velocidades, as cortinas expõem completamente o obturador. Sendo assim, apenas um disparo do flash é suficiente para iluminar todo o sensor. Em velocidades mais altas do que a limite da câmera, as cortinas não expõem completamente o sensor. Nessa situação, se o flash fizer apenas um único disparo, a sombra de uma das cortinas irá aparecer na foto e você vai ficar p%&o da vida.
O que o HSS faz, é realizar múltiplos disparos mega-power-ultra-rápidos, quando a velocidade do obturador é mais alta que a velocidade de sincronismo padrão, antecedendo a localização da cortina e dessa forma iluminando corretamente o sensor durante a exposição. Depois vou escrever uma matéria mais detalhada sobre isso, pode deixar!
Saiba mais sobre o YN 565 EX clicando aqui!
YN 600 EX RT
Trata-se de uma cópia exata do Canon 600 EX RT com a vantagem de ter uma fotocélula. Vale lembrar que apesar de do YN 600 EX RT ter as mesmas coberturas contra poeira e respingos, elas não são confiáveis.
Se você usa Nikon, infelizmente não existe uma versão para a marca, porém ele poderá ser usado remotamente através de IR. O mesmo ocorre com a versão RT II, relatada na sequência.
Saiba mais sobre ele clicando aqui!
YN 600 EX RT II (para Canon)
Trata-se de uma cópia exata do Canon 600 EX II RT, inclusive prometendo as mesmas melhorias, mas com a vantagem de ter uma fotocélula. O YN 600 EX RT II também tem as mesmas coberturas contra poeira e respingos, porém também não são confiáveis.
Saiba mais sobre ele clicando aqui!
YN 685 Wireless (para Canon) e YN 685 Wireless (para Nikon)
Na minha opinião, esse é o no momento o flash da Yongnuo que mais traz vantagens para o fotógrafo que usa Canon ou Nikon. O YN 685 conta com um número guia de 60 m (200 mm com ISO 100) e receptor rádio flash embutido que recebe sinais dos seguintes transmissores:
YN622, YN622 TX, RF-605, RF-603 III e RF-603.
Isso é muito bom, pois são rádio flashes populares (você provavelmente já tem ou terá um deles), com excelente custo x benefício e, no caso dos 622 e 622 TX que são completos, comandando o modo de disparo (TTL, Multi ou Manual), compensação de exposição (no modo TTL), controle de carga (no modo manual), zoom, HSS e, no caso do 622 TX, até mesmo o tempo de disparo do flash, se na primeira ou na segunda cortina.
Sei que não parece uma novidade interessante, pois à primeira vista seria como o conjunto de 600EX Canon ou Yongnuo + transmissor ST -E3-RT ou YN-E3-RT, porém com uma versatilidade maior, pois cá pra nós, os transmissores ST -E3-RT ou YN-E3-RT não são tão intuitivos quanto esses outros sobre os quais estamos falando. Além disso, eles não oferecem controle de zoom do flash, o que na minha opinião é muito importante para se conseguir efeitos criativos ou simplesmente concentrar mais a luz, fazendo com que “renda” mais, sempre que isso não for prejudicar a ideia da foto.
Outro porém, é que quem já tem um kit de transmissores e receptores composto pelos modelos acima e quer ou precisa de mais um flash com número guia alto, precisaria obrigatoriamente investir em um flash da linha 600EX, por ser o mais poderoso, e em mais um receptor. E se o fotógrafo usar Nikon, vixe… Aí ele não teria essa escolha.
Até a chegada desse flash, quem preferia, assim como eu, usar o transmissor da linha 622, precisaria obrigatoriamente investir também em um receptor para cada novo flash do seu setup, e com isso também precisaria investir em pilhas para cada receptor. Além de sair caro, eram mais coisas para carregar – e claro, correr o risco de perder -, mais baterias para verificar e recarregar, e o pior: mais peso.
Com o YN 685 você precisará apenas de um dos transmissores listados acima que será acoplado à câmera e nada mais. Dessa forma sempre que você precisar de mais um flash para suas iluminações, basta comprar outro YN 685. Ótimo, né? E também tem o o fato de existir uma versão para Nikon!
Agora, se você já usa o transmissor ST -E3-RT ou YN-E3-RT em conjunto com um 600 EX e tem estado satisfeito, é mais vantajoso, quando precisar de um outro flash, adquirir outro 600 EX.
Saiba mais sobre o YN 685 clicando aqui!
Rádio Flashes
Agora que você já conhece alguns dos principais flashes de cada marca, vamos falar do rádio flash?
Para que haja uma comunicação via rádio flash é necessário obrigatoriamente um transmissor e um receptor. Como já deu pra perceber, às vezes, o próprio flash já vem com um receptor ou com um receptor + transmissor embutidos, mas como também deve ter percebido, isso nem sempre é o que precisamos.
Como o nome sugere, a comunicação entre o transmissor e o receptor se dá através de ondas de rádio que podem alcançar até 100 metros (sem obstáculos) dependendo do modelo.
– Ah, mas minha câmera controla o flash sem precisar de nada. É só configurar!
Bom, algumas câmeras conseguem sim fazer isso, mas o fazem através de um transmissor infravermelho e não com um transmissor com sinal de rádio.
– E qual é a diferença?
Ocorre que, ao se escolher usar o sistema infravermelho, você estará sujeito a algumas limitações.
Para entender melhor, saiba que o sistema infravermelho, ou IR (Infra Red), é exatamente o mesmo usado em um controle remoto de televisão e outros eletroeletrônicos. Você bem sabe que se não apontar o controle para a televisão, não irá trocar de canal, certo? Isso acontece porque o IR precisa estar “alinhado”, ou seja, o receptor precisa “ver” o sinal do transmissor.
Ao se usar o IR para disparar o flash você estará sujeito às mesmas regras. Imagina você querendo o usar o flash dentro de um modificador de luz. Pois é, vai funcionar muito mal, falhando a todo momento. Isso se funcionar!
Outro problema do IR é a distância, pois irá funcionar com confiabilidade até no máximo entre 6 a 10 metros, sem obstáculos, dependendo do modelo. E como falei acima, um modificador de luz por si só já é um obstáculo.
Infelizmente não para por aí, pois a propagação dos raios infravermelhos fica extremamente comprometida quando se tem muitos raios ultravioleta. Isso quer dizer que, em um campo aberto, em um dia de muito sol, o alcance do IR será bem menor.
Devido a tudo isso, é que digo que um sistema IR é apenas um “quebra galho”, ou seja, não dá pra confiar plenamente nele. Isso fora as limitações mesmo em condições ideais.
Para resolver tudo isso é que existem os sistemas de Rádio Flash (RF para os íntimos).
Como já disse, o sistema RF pode ter um alcance de até 100 metros (sem obstáculos). Em testes, já disparei via RF a dois cômodos de distância e com portas fechadas. Com RF você poderá usar modificadores de luz à vontade, seja em ambientes abertos ou fechados, e com muito sol ou não. Além disso, se você estiver fotografando juntamente com outro(s) fotógrafo(s) que esteja(m) usando o mesmo modelo de RF, basta que cada um escolha um canal diferente. Dessa forma um não vai disparar o flash do outro. Alguns modelos tem 7 ou mais canais.
Eis alguns dos principais modelos de Rádios Flashes:
Obs.: Na minha opinião, surpreendentemente os melhores do mercado são da marca Yongnuo devido a ótima relação custo x benefício. As vezes a gente fica “preso” em marcas originais por uma questão de confiabilidade, mas nesse caso, desencane. Os rádios flashes da Yongnuo são excelentes!
YN-622C e YN622N (“C” para Canon e “N” para Nikon, ok?)
Esse é talvez o modelo mais popular de rádio flash, pois é relativamente barato e com exceção da configuração de disparo do flash na primeira ou na segunda cortina, é possível controlar absolutamente tudo no seu flash sem precisar colocar a mão nele.
Obs.: Ele até aceita que seja configurada a segunda cortina, mas nos testes que fiz, faz apenas um disparo com essa configuração, sendo necessário configurar novamente.)
É importante você saber que cada unidade YN-622 é um transceptor, ou seja, a mesma unidade funciona como transmissor e também como receptor. Logicamente, se você não estiver usando um flash YN 685, que já tem embutido um receptor compatível com o YN-622, precisará de uma unidade na câmera (que automaticamente saberá que deverá atuar como um transmissor) e de outra unidade no flash (que automaticamente saberá que deverá atuar como um receptor). O alcance dele é de até 100 metros desde que não haja obstáculos. E ele possui 7 canais para você escolher qual quer usar e não disparar o flash dos outros fotógrafos que estejam usando um rádio igual. heheh… Estando o seu RF em um canal diferente do que estão os RF’s dos outros fotógrafos em uma mesma locação, obviamente eles também não conseguirão disparar o seu flash. Essa troca de canais precisa ser feita fisicamente no transmissor e no(s) receptor(es).
Além disso, ele conta com três grupos. Isso quer dizer que você poderá, por exemplo, configurar seu setup de iluminação da seguinte forma:
- Flash 01 estará no grupo “A” e irá disparar com carga de 1/64
- Flash 02 estará no grupo “B” e irá disparar com carga de 1/16
- Flash 03 estará no grupo “C” e irá disparar com carga de 1/2
Assim, quando você clicar, cada um dos três flashes irá disparar com a carga que você determinou. Também é possível usar um dos grupos ou todos eles no modo TTL, e determinar qual será o zoom de cada flash em cada grupo. Caso queira usar mais que três flashes, é perfeitamente possível, mas como temos apenas 3 grupos, se quiser por exemplo usar 6 flashes, cada grupo controlará 2 flashes. Se quiser usar 9 flashes, cada grupo comandará 3 flashes e assim por diante. Isso quer dizer que cada flash atrelado a determinado grupo irá disparar com as mesmas configurações. Nada te impede também de usar todos os flashes em um mesmo grupo, porém, é óbvio que todos irão disparar com as mesmas configurações.
É importante dizer que a unidade em si não tem nenhum botão para controlar as configurações do flash, tudo deverá ser feito através do menu da câmera. Por experiência, posso dizer que, em se tratando de Canon, todas as câmeras com menos de 8 anos de idade liberam o menu de configurações para controle através desse rádio flash no momento em que ele é encaixado na câmera, bastando que você vá até o menu, na parte de controle de flash e regule tudo por lá. Já para quem usa Nikon, a coisa é bem diferente, pois, independentemente da idade da câmera, já vi modelos que liberam esse menu e outros que não o fazem. Isso é ruim porque você simplesmente não conseguirá configurar seu flash… Mas se esse é seu caso, fique calmo, pois mais abaixo vou te contar uma coisa que vai te alegrar!
Saiba mais sobre o YN-622 clicando aqui!
YN-622C II e YN622N II
Essa versão tem basicamente as mesmas opções da versão “I”, sobre o qual acabei de falar. Os diferenciais dos YN 622 versão II, são:
- Compatibilidade com o transmissor YN-560 TX (em unidades para Canon) e com o YN 603 (em unidades para Nikon), além da já tradicional compatibilidade entre outros YN-622.
- Porta mini USB para atualização de firmware.
- Trava de ¼ de volta com borracha de proteção contra poeira, igual a de alguns flashes originais e das versões mais recentes da Yongnuo. (Na versão “I” a fixação era feita por meio de rosca.)
Saiba mais sobre o YN-622 II clicando aqui!
YN- 622C TX e YN-622N TX
Lembra que eu falei que várias câmeras da Nikon não liberam o menu de configurações do flash quando se conecta o rádio flash nelas? Pois então, com o YN 622 TX você não precisa se preocupar com isso. Seja você usuário de Nikon ou de Canon, ele funciona de forma independente do menu da câmera.
Ele tem uma tela LCD que mostra todas as funções disponíveis e, claro, botões dedicados para cada função! Isso quer dizer que você não precisará mais entrar no menu da câmera para regular seu flash remoto. Dessa forma você ganhará muita agilidade, pois basta um clique em um botão para alterar a carga do seu flash. Outras configurações exigem um clique para habilitar a função e outro clique para alterá-la, mas mesmo assim é muito mais rápido do que ter que entrar no menu da câmera e navegar até a função pretendida. Por experiência própria, posso dizer que com o tempo você nem vai olhar mais para o transmissor quando for configurar seu flash.
Mas atenção, o YN 622 TX é apenas transmissor e seu alcance também é de 100 metros sem obstáculos.
É necessário ter essa unidade na câmera e uma outra unidade YN-622 (não TX) no flash que será disparado (a menos que você use um flash YN 685, pois como sabemos, ele já tem receptor embutido para esse modelo de transmissor).
Trata-se de uma unidade mais cara que o YN 622 (não TX), mas que compensa demais se você precisa alterar as configurações do seu flash a todo momento.
Saiba mais sobre o YN-622 TX clicando aqui!
Outra forma muito mais legal, é usar esse transmissor na câmera e do outro lado um YN 685, pois como já disse, ele tem um receptor embutido que recebe sinais desse transmissor. O que você investiria a mais com o YN 622 TX, economizaria ao usá-lo juntamente do flash YN 685, pois não precisaria adquirir um receptor e pilhas para ele. Mágico, né?
O YN 622 TX, ao contrário do YN-622, comanda além de todas as outras funções, o tempo de disparo do flash, se na primeira ou na segunda cortina, ou seja, é o que você vai encontrar de mais prático e completo para seus trabalhos.
YN-E3-RT
Esse modelo é aquele que falei lá em cima, compatível apenas com os receptores embutidos nos flashes da linha 600EX originais e da Yongnuo. Como já dito, não existe a possibilidade de controlar o zoom do flash com o transmissor YN-E3-RT. Comparado ao modelo original, que é o ST-E3-RT, esse modelo tem o alcance de 100 metros sem obstáculos enquanto o original, apenas 30 metros.
Se por algum motivo você já use ou queira usar esse transmissor mas não tem ou não quer ter outro flash da linha 600 EX, basta adquirir o receptor YN-E3-RX e acoplá-lo em seu flash.
RF-603C e RF-603N
Essa unidade é a mais simples de todas. Trata-se também de um transceptor, porém cada unidade precisa ser chaveada para determinar qual será o transmissor e qual será o receptor. A única informação que ele envia e recebe é a de disparo. Não possui comunicação TTL, HSS, segunda cortina, zoom, controle de carga no modo manual, compensação de exposição e nem nada. Para se controlar a carga ou qualquer outra função do flash que será disparado, é necessário ir até o onde está o flash e realizar as mudanças manualmente.
Se você precisa de um rádio flash para sessões externas por exemplo, que são locações extremamente mutantes em termo de luz ambiente, não recomendo esse modelo, mas sim alguns dos citados acima. Conheço vários fotógrafos que usam esse sistema em locações externas, mas sempre com um assistente que sabe mexer no flash, pois dessa forma é só dizer pra ele o que alterar e pronto, mas não é todo mundo que dispõem de um assistente assim, né?
Na minha opinião esse modelo é ótimo para uso exclusivo em estúdio, pois nesses locais, geralmente se começa e se termina a sessão com a mesma configuração de flash.
Em certos casos, inclusive, as configurações são sempre as mesmas sempre, como é o caso de estúdios fotográficos rápidos em que o único objetivo é fazer fotos com fundo branco de forma rápida e pouco criativa. Nesses casos, talvez seja um desperdício de dinheiro investir em um sistema mais avançado que esse.
Com esse modelo também é possível determinar em qual canal trabalhar. Essa configuração é feita abrindo-se a tampa do compartimento de pilhas e com o auxílio de uma caneta posicionando as chaves presentes para o canal desejado. Sim, pouco prático, mas como disse, em situações controladas como em estúdios, é tranquilo fazer isso, mesmo porque não será sempre que tal mudança será efetuada.
RF-605C e RF-605N
Trata-se de uma atualização do anteriormente citado RF-603. O Legal é que ele é compatível com o antigo RF-602, com o RF-603, obviamente com o RF-605 e com o YN-560 TX.
Essa compatibilidade é escolhida através de botões no topo da unidade, assim como os grupos de trabalho e os canais de comunicação. Assim como seu antecessor, ele somente envia a informação de disparo, não sendo possível qualquer configuração. E, claro, também não funciona no modo TTL.
Agora que você já conhece as principais características dos principais flashes e rádio flashes atualmente no mercado, com certeza está bem mais fácil escolher qual vai te atender melhor. Mas é necessário se ater a mais uma coisa muito importante:
Você já escolheu o melhor kit pra você, beleza… Mas onde você vai colocar isso tudo?
É indispensável que juntamente do flash e do rádio flash, você adquira também um tripé de iluminação e um suporte de flash/suporte para modificadores de luz para cada unidade remota que pretenda utilizar.
Tripés de iluminação
Os tripés mais comuns são de 2 metros e de 2,5 metros. Para escolher entre eles é fácil:
Se você precisa de um tripé com 2 metros, a melhor escolha é o tripé de 2,5 metros, pois dessa forma não precisará trabalhar com ele no limite máximo de altura. Isso traz mais estabilidade, pois cada sessão do tripé estará parcialmente dentro da outra, fortalecendo a estrutura. Além disso, o tripé de 2,5 metros possui tubos mais largos e uma abertura de pernas maior, o que também traz mais estabilidade e o torna ideal para fotografar em ambientes externos sem o auxílio de um assistente e, claro, sem modificador de luz, como softbox, sombrinha ou outros, pois são acessórios que oferecem resistência ao ar e por isso derrubarão todo o sistema com qualquer vento leve.
Agora, se você precisa de um tripé de no máximo 1,8 metros, pode escolher o tripé de 2 metros tranquilamente.
Porém, caso você queira um tripé de 2 metros para trabalhar somente em estúdio, poderá adquirir o de 2 metros mesmo, pois como usará somente em local sem vento e como ele ficará fixo na maior parte do tempo, seu uso torna-se relativamente seguro quando em seu limite máximo de altura.
Suporte de flash/suporte para modificadores/difusores de luz
Sobre isso não tem muito o que dizer, pois pelo menos em nossa loja, todas as opções disponíveis são eficientes e seguras independentemente do flash, rádio flash e tripé que você escolher.
A única ressalva é a seguinte:
Existem suportes simples que são para apenas um flash e também um suporte triplo, que, como já diz o nome, tem capacidade para três flashes. Ao se escolher um suporte triplo, é fundamental escolher um tripé de iluminação mais robusto, como o de 2,5 metros, tanto para uso externo quanto para uso em estúdio devido ao peso excessivo que estará em um centro de gravidade muito alto.
Difusores de luz
Dependendo do tipo de fotografia que vá fazer, é fundamental suavizar a luz de alguma forma, tornando a transição entre a área de luz e a de sombra, mais suaves. Para se conseguir esse efeito a fórmula é apenas uma: Aumentar o tamanho da fonte de luz em relação ao sujeito/assunto fotografado. Esse é o motivo pelo qual qualquer sombrinha, octobox, softbox e outros, são sempre maiores que a cabeça do flash, pois de outra forma, não cumpririam seu papel.
O Câmera Mais conta com uma vasta gama de difusores/modificadores de luz que irão lhe ajudar a conseguir uma iluminação de nível profissional investindo pouco dinheiro.
Não é obrigatório usar um difusor, mas como disse, dependendo do tipo de fotografia que se está fazendo, é muito vantajoso não ter sombras duras. Nesse caso a única solução é usar um difusor/modificador de luz, ou então rebater o flash em alguma superfície, como parede ou teto. Nem sempre dispomos de uma parede ou teto e quando dispomos, nem sempre eles tem a cor que queremos. Sem falar que é mais difícil controlar a luz rebatida em relação a uma luz que advém de um modificador dedicado à esta função.
Agora sim, acabou! hehehe
Um grande abraço para você e saiba que se ainda restarem dúvidas, pode nos contatar pelos comentários logo abaixo, beleza?
Ah, e digo mais uma coisa: Caso você veja alguma informação errada ou incoerente nessa matéria, por favor, me avise, pode ser? Terei prazer em corrigir!
Respostas de 6
É possível disparar o flash tocha ligando um cabo no “tx” e usando o receptor em um speedlite?
Olá, Glauco! Dependendo do modelo é sim possível!
Olá! Boa Noite!
O Transmissor Youngnuo YN-EX-RT-II funciona com o flash Canon 430EX-RT-III?
Olá, Kaius!
Em tese, sim, porém nunca tive a oportunidade de testar.
Com o uso do transmissor YN -E3-RT II, Seria possível controlar o zoom do flash a distância? Usando as definições de flash externo, pelo menu da câmera? (Canon 80d) agradeço muito a resposta.
Olá, Carlindo!
Infelizmente não…